Gustavo Mascitto e Luís Grottera
Na final da metatransformadora década de 60, McLuhan começou a descrever a aldeia global que viria a se instalar no mundo real e na vida de todos nós quase na passagem do milênio. O bug do milênio era uma tola ficção, mas a globalização veio pra ficar e deixar profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana.
Uma dessas mudanças marcantes foi uma forte inversão no sentido de como viver a vida. Da aparente idéia de que, com a globalização, nós todos seríamos cada vez mais parecidos e viveríamos de forma uníssona, o ser humano deu um drible na lógica e passou a viver em tribos. Tribos com todas as características daquelas dos filmes indígenas (língua, cultura, modo de vida e forma de se vestir diferentes uns dos outros).
Com a diferença de que você pode conviver, inclusive, com tribos afastadas geograficamente umas das outras. Hoje, é comum as pessoas terem amizades (às vezes, até casos de amor) on-line, relacionando-se a milhares de quilômetros de distância - conhecendo-se ou não, depois, na vida real.
Conviver com essa nova perspectiva, com o impacto que isso gera na sociedade de consumo, é o maior de todos os desafios dos profissionais de comunicação e de mídia. O cara pode ser, ao mesmo tempo, médico, roqueiro e fanático pelo Palmeiras - ele fará parte de três tribos completamente diferentes. A tarefa de impactar esse consumidor que, de uma hora para outra, muda sua maneira de se vestir, de falar e, até mesmo de pensar, é cada vez mais difícil; portanto, tudo que está entre a marca e o seu consumidor é mídia e o fim desses limites quebra o paradigma da divisão entre mídia de massa e mídia segmentada. E demonstra a importância do uso de ambas - desde que na hora certa e dentro da estratégia adequada.
Hoje, tudo é muito mais precioso. O tempo, por exemplo; o dia está menor para todos nós, 24 horas não bastam, queremos mais tempo para nos divertir, trabalhar e aproveitar ao lado de nossas famílias e amigos.
O mundo também está menor: aquele livro, CD, perfume ou, até mesmo, uma camiseta que você via alguém usar, com aquela pompa de quem voltou de uma viagem ao exterior, estará na sua casa em três dias, se você tiver apenas um cartão de crédito.
Sites de busca como o Google que, em segundos, apresenta uma infinidade de fontes sobre qualquer assunto; canais de TV que vão do universo gay até transformação de carros; rádios exclusivas sobre trânsito; títulos de revista sobre vinhos, charutos, etc. são fundamentais como canal de comunicação da marca com o seu consumidor.
O consumidor não aceita mais ser "invadido"; ele administra seu tempo e suas necessidades, é como se ele nos alertasse: "EU procuro vocês na hora e da forma que EU quiser".
A importância da mídia segmentada é essa: a busca direta do consumidor, sem ruídos. É a única forma de poder estar na hora certa e no lugar certo, sem depender de sorte. E por um custo adequado.
Fonte: http://portaldacomunicacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=20573
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?...
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
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