Tropa de Elite já conta com milhões de espectadores.
Mas poucos deles pagaram pelo ingresso de cinema
Silvia Izquierdo/AP
DINHEIRO QUE O DIRETOR NÃO VIU
Cópias pirateadas de Tropa de Elite apreendidas: um prejuízo em bilheteria e impostos difícil de calcular
Quando receberam os resultados de uma pesquisa feita pelo Ibope na semana passada, os produtores de Tropa de Elite encontraram ali um número animador: 35% dos entrevistados declararam que pretendem assistir ao filme no cinema – o que equivaleria a algo como acachapantes 22 milhões de indivíduos. Outro número contido na pesquisa, porém, é ainda mais assombroso. Estima-se que mais de 11 milhões de pessoas já tenham visto o filme, embora ele tenha estreado há dias apenas. Como? Em cópias ou downloads piratas, claro."Na primeira batida policial, foram apreendidos milhares de DVDs. No dia seguinte, os camelôs voltaram às ruas alardeando 'o filme que a polícia quer proibir'. Venderam o dobro", conta o diretor José Padilha, que diz ter levado "um banho de criatividade" do comércio ilegal. O qual, a esta altura, já fez de Tropa de Elite um sucesso também nas ruas de Moçambique, Angola e Portugal.
É impossível calcular as perdas que o estouro de Tropa de Elite na pirataria representa, em bilheteria, em impostos e em concorrência desleal com os comerciantes que pagam suas taxas. Padilha acha que essa febre provocada por seu filme contém algumas mensagens: existe uma enorme demanda por filmes nacionais que saibam do que e como falar ao público; e os exibidores e distribuidores estão perdendo boas oportunidades de atender a essa demanda e faturar com ela, baixando preços de ingressos e DVDs para ganhar em escala. Enfim, por meios estritamente legais. Pirataria é crime organizado, tanto quanto o tráfico de drogas. Na melhor das hipóteses, já começa por envolver corrupção e conspiração criminosa. "Não vou dar nome aos bois (o nome, no caso, seria o do ministro Gilberto Gil), mas há pessoas sugerindo por aí que a pirataria é uma forma democrática de disseminação da cultura. Isso é loucura. Não se pode ter posição dúbia quanto a isso: a única cultura que a pirataria dissemina é a da contravenção", diz Padilha. E vale lembrar que, também como no caso das drogas, é o usuário recreativo (aqui, na acepção da palavra) que sustenta essa organização criminosa, com seus 5 reais aqui, 5 reais ali.
Fonte: http://veja.abril.uol.com.br/171007/p_086.shtml
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
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